Siga o Boia

Receba atualizações do nosso blog.

Junte-se a 23 outros assinantes
Seguir
Categorias
Podcast

Boia 245

Sua mesa de bar portátil ou seus amigos de bolso.
Você marca um horário, chega cedo e prepara as coisas, amendoim e cerveja, descanso pros copos e uma lista de assuntos.
Panico e terror na praia dos sinos importa, nem tanto quanto uma lembrança efêmera, dessas que aparecem e somem da cabeça, como uma onda da série imaginária.
Bruno Bocayuva, João Valente e Júlio Adler recebem Ricardo Lobo para conjecturar, sem eira e com beira, sobre o presente futuro das pranchas, firmemente ancorado no passado das nossas convicções e incertezas.
A trilha é do Chico Buarque com Jorge Maravilha, Pearl Jam com State of Love and Trust, Johny Cash e Joe Strummer com Redemption Song e Pacific Gas & Electric com Wade in the Water.
São 60 anos do Golpe Militar que impôs uma ditadura de 21 anos ao país tropical, abandonado por Deus e bonito por natureza – que os milicos teimam em devastar.
Boia serve para não esquecer.

Bells (até a gravação)

Ricardo Lobo

60 anos do Golpe

Trilhas

13 respostas em “Boia 245”

Voltando a ouvir o programa, depois de três semanas de intensas troca de fralda e privação de sono, eu me deparei com o Boia 245.
O assunto WSL, juízes e surfista brasileiros parece uma maldição e, por mim, dar confiança pra isso é um baita desperdício de tempo. Porém, a conclusão de que a reação dos brasileiros é meio desproporcional e que julgamentos equivocados não tem sido um privilégio nosso valeu a pena.
No final das contas o Gabriel Medina perdeu para o campeão da etapa. Os fãs histéricos podem se contentar com isso ou apenas aceitar que ele perdeu a bateria por displicência e ainda tomou uma bela lavada do adversário no final das bateria (podem me matar agora).
Partindo para o que interessa, no último domingo, enquanto eu ninava um ser de 18 dias e assistia ao documentário do Gerry Lopez junto com meu cunhado, veio o assunto evolução das pranchas.
Meu cunhado, engenheiro formado numa das escolas de engenharia mais conceituadas do país, ficou abismado com o fato de que toda a evolução das pranchas foi responsabilidade dos próprios surfistas e suas vivências e que nada ou quase nada vem de engenheiros.
Ele ficaria surpreso com a história contada pelo Ricardo Lobo de como o shaper do Tom Currem “desenvolveu” o double concave.
Por último, a lembrança daquele dia sombrio de 1964 – que eu não vivi, mas que histórias tenebrosas dos que viveram sempre assombram minha mente – se faz ainda mais importante no momento que vivemos em que muitos surfistas parecem ter esquecido ou fingem não lembrar.
Abraço a todos e mantenham o rock vivo!!!

Que bela mensagem,Thiago! Bem elaborada e com essa sacada dos engenheiros ausentes do processo evolutivo das pranchas. Obrigado pela audiência, sempre!

Boas malta do Boia
Dar-vos os parabéns pela forma como começaram este Boia. Aprendi com o meu pai, e que tento passar à minha filha, que a liberdade não é um dado adquirido e todos os dias devemos “lutar” por ela, o que pode ser feito de variadíssimas formas, tal como vocês aqui fizeram… tiro-lhes o chapéu por isso. A este propósito, lembrei-me de uma história engraçada (agora) que o Nuno Baltasar, um dos surfistas mais antigos de Peniche (Baleal), me contou. A sua primeira prancha (presumo que em finais da década de sessenta) era da marca FREEDOM e o pai não queria que ele andasse por aí com uma prancha debaixo do braço com essa palavra escrita, podia trazer problemas. Abraço a todos.

Freedom já foi até proibido.
Hoje, os mais canalhas usam a expressão para abusar da tão combalida liberdade, Zé…

Salve Boia! Salve Júlio, Bruno e João! Poxa vida, se a segunda batida do Houshmand na última onda foi a melhor manobra da bateria, ao invés do aéreo do Medina, o surf de competição vai ter muita dificuldade em atrair o público não hardcore. Explico: Eu estava tomando vinho e vendo o campeonato junto com minha mulher, que não se interessa pelo surf e que estava ali apenas pela bebidinha, quando o Medina fez aquela manobra, e ela, como leiga, ficou super impressionada pelas capacidades atléticas do cara e pelo inusitado daquele movimento. Porém, quando saiu a nota, ela não acreditou; tinha sido pior que as ondas definidas nas palavras dela como “o surfista subindo e descendo na onda”. No fim da bateria, na hora da última onda do americano, meus comentários foram próximos dos do Bruno, só que recheados de palavrões. Depois vi a bateria do Kanoa com o Jacozinho e desisti do campeonato. Não vi mais nada. Isso nunca tinha acontecido. Já perdi trampo quando teve, na mesma data, o campeonato em El Salvador (bons surfistas num mar xoxo) durante o dia, e à noite passava o campeonato que o Jessé Mendes venceu na Indonésia (Krui Pro ???). Acho que não dá para expandir o surf de competição como entretenimento de massa se o EXTRAORDINÁRIO não for valorizado. Outros esportes de julgamento subjetivo como a ginástica artística e os saltos ornamentais possuem dois tipos de juízes, um tipo para classificar a dificuldade dos movimentos, e outro para julgar a execução. Os juízes de dificuldade colocam piso e teto para as rotinas executadas de acordo com o grau de dificuldade, e os de execução pontuam dentro deste intervalo de notas, de acordo com a harmonia e precisão dos movimentos. Os esportes radicais (Olímpicos) como skate e snowboard pipe têm head judge para dar parâmetros de julgamento, mas a dificuldade das manobras é fundamental, junto com a velocidade. Nos dois casos, é clara a valorização do EXTRAORDINÁRIO. A manobra do Medina, com a torção do corpo, velocidade, altura e o drama daquele layback na conclusão, é EXTRAORDINÁRIA, e a batida do Houshmand foi uma boa batida. Se não houver uma facilitação, por parte dos juízes, para a audiência leiga entender o que se passa, a WSL ficará condenada ao seu pequeno nicho. Um abraço!
Obs. 1: Acho que os tubos também são muito mal julgados nos termos em que, para conseguir nota, eles têm de ser absolutamente perfeitos (ruim para o entendimento leigo).
Obs. 2: Depois da bateria do Jacozinho, eu e a “patroa” mudamos de programação para “Arquivo X”, a série mãe de todas as teorias conspiratórias, exceto a de “a WSL não quer mais brasileiros no circuito” kkkkk.

Eu tirei o som da transmissão e fiquei ouvindo o Bob fernandes, Mario Kertesz e Janio de Freitas enquanto assistia a turma brigando por nota na praia dos sinos.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *