Voce está sentado sozinho num canto, o salão cheio de casais dançando, sorrisos, mão na cintura, outra no ombro.
Adolescência pode ser um lugar longe de tudo.
Levanto olhando pro chão, um pé arrasta pra frente, a cintura acompanha o movimento, atrasada, completamente no ritmo.
Os braços balançam desordenadamente, a cabeça inclina levemente pro lado e…voce está no centro da pista,!
Liberdade não é muito diferente disso.
Toda terça-feira, perdoa os atrasos, o Boia te bota pra dançar ao som melódico das vozes do Bruno Bocayuva (ausente nesse 278), João Valente e Júlio Adler.
Conversas inúteis, como inútil é remar de volta para a última onda antes de sair.
Seus Amigos de bolso.
A trilha vem com King Britt Presents Sylk 130 e City (5-6 Theme), Sleaford Mods e McFlurry, Don’t Wanna Fight com os Alabama Shakes e Lou Donaldson com Pot Belly.
Dança!
Uma resposta em “Boia 278”
Boa noite amigos!
Estou meio atrasado nas audições dos episódios do boia. Meu tempo está sendo consumido pela vida de adulto como se fosse mato seco numa queimada de agosto, mas nesse boia surgiu um assunto que me fez ficar nostálgico e resolvi priorizar um tempo para escrever aqui.
Quando vcs falaram sobre ficar em casas de desconhecidos nas viagens de surf, automaticamente eu tracei um paralelo com a época em que viajávamos para tocar.
Muitas vezes nós marcávamos os shows sem saber onde iríamos cair mortos depois de toda a baderna.
Dou episódios me vêm na memória.
O primeiro, em março de 2016. Pegamos o avião domingo de manhã para um show em Vitória-Es para tocar com Zero-Zero e Merda. Nós tínhamos acabado de lançar um split em K-7 com o Zero -Zero, entitulado muito criativamente de “Split K7”.
No final do evento, não tínhamos para onde ir, mas a boa alma do Juliano Enrico, que na época era vocalista do Zero-Zero, nos ofereceu um canto num salão cheio, e quando eu digo cheio entenda -se cheio, de tranqueiras de brinquedos, móveis e tudo tipo de utensílio velho e empoeirado na casa dele. Era a própria casa do “Irmão do Jorel”
O outro episódio foi em 2017. Fizemos amizade com a banda Astro Motel, de Monroe na Lousiana pelo Instagram. Em poucos meses combinamos alguns shows pelo sul dos EUA. O engraçado é que parece que eles não acreditaram muito que iríamos.
Quando batemos na porta da casa do baixista da banda americana, quem atendeu a porta foi sua esposa, que assustada e segurando a filha mais nova no colo, ligou para ele e disse: “Tem três brasileiros te procurando aqui em casa”. Nesse dia dormimos no chão de um dos cômodos do local onde eles ensaiavam. No dia seguinte, depois de uma bebedeira colossal, o que com certeza fez como que eles adquirissem confiança em nós três, fomos admitidos como hóspedes e então iniciou-se a turnê.
Bom, acho que escrevi demais, desculpa pelo momento nostálgico, mas achei legal compartilhar esse paralelo entre os dois mundos.
Abraço a todos!!!